Incentivado pela exibição das dez pragas do Egito, o recente crescimento de audiência da novela "Os Dez Mandamentos", que no último 4 de setembro encostou nos números marcados pela novela "A Regra do Jogo", da Globo, no Ibope, já era esperado pelo diretor da trama da Record, Alexandre Avancini.
Ele afirma que tinha "uma expectativa alta" de conquistar mais espectadores para a novela, porém os números o surpreenderam. Avancini, no entanto, aposta que a saga de Moisés na Record ainda não chegou ao auge. "A gente sabia que a novela ia ficar mais movimentada, a fase das pragas é muito emblemática e está no subconsciente das pessoas. Temos certeza que quando chegarmos à abertura do Mar Vermelho, a audiência vai explodir", diz.
Para o diretor, que está sem sua segunda produção bíblica na emissora - antes de "Dez Mandamentos", ele dirigiu "José do Egito"-- nada em sua carreira televisiva se compara à épica sequência em que Moisés e Arão comandam a fuga do povo hebreu da tirania dos egípcios. "Certamente é a sequência mais grandiosa que eu já dirigi na minha vida. É o elenco inteiro sempre. Cavalos, bigas, centenas de dublês. Todos os hebreus de um lado, exército egípcio de outro, centenas de figurantes",
Grande parte da cena já foi gravada e está em fase de finalização com uma equipe da produtora norte-americana Stargate, responsável pela computação gráfica de "Dez Mandamentos". "É uma sequência que poucos diretores do cinema e da TV tiveram a oportunidade de dirigir", comemora Avancini.
"Destruímos a cidade cenográfica"
Com quase todas as cenas das pragas já gravadas - a Record exibe atualmente as consequências da infestação de piolhos --, Avancini conta que teve mais trabalho para captar as imagens do sétimo castigo de Deus: chuva de gelo e fogo.
Destruímos a cidade cenográfica inteira e depois reconstruímos para continuar gravando", afirma ele, que também gostou de dirigir a décima praga, conhecida como a morte dos primogênitos. "Envolve a morte de vários personagens, é a mais complexa e dramática, foram horas de gravação", conta.
O diretor também diz não ter se inspirado em filmes que já retrataram os eventos. "A nossa maior referência é a Bíblia", afirma. Católico, Avancini já trabalha na próxima produção da Record, "Josué", também sobre acontecimentos retratados no livro sagrado. "Fico muito feliz de poder contar esse tipo de história. Não só pelo contexto histórico, mas porque estamos precisando contar histórias legais. A gente está um pouco cansado de ver só violência na televisão. O ponto forte da nossa trama é que a gente passa para o público histórias que as pessoas possam se inspirar, torcer e se emocionar", diz.
"Existe vida e inteligência na dramaturgia em outros canais"
Satisfeito com o desempenho de "Dez Mandamentos" no Ibope, Avancini, que começou a carreira na Globo e tem no currículo a direção de obras como "Suave Veneno", "Presença de Anita" e "Quinto dos Infernos", afirma ser "a favor da quebra do monopólio" na TV. "O ideal para mim é que todas estejam dando 20 [pontos de audiência no Ibope]. Não é legal ter uma empresa dando 50 e outras dando 0", opina.
Avancini credita a ascensão de "Dez Mandamentos" à inteligência do público, que sabe reconhecer "um produto diferenciado e bem realizado". "Fico mais feliz quando conseguimos quebrar essa linha de monopólio que se estabelece na nossa dramaturgia e mostrar para o espectador que existe vida e inteligência na dramaturgia em outros canais", conclui.
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